No aniversário
da tia Rê, em maio, uma amiga dela me falou sobre a viagem de trem
entre Londres e Paris. Ela havia feito o trajeto há uns anos atrás
e eu fiquei fascinada em saber que existia um trem de alta velocidade
que percorria um túnel feito embaixo do mar, sob o canal da mancha.
Como queríamos fazer uma viagem de trem na europa, decidimos incluir
Londres no nosso roteiro. Essas mega obras de engenharia me atraem
muito, eu fico imaginando como foi a construção, como tudo funciona
e a ideia de passar por esse túnel me deixou bastante empolgada.
Nosso trem estava marcado para sair às
12:28 hs. Apesar de não precisarmos acordar tão cedo, não tínhamos
a manhã toda, então levantamos, tomamos o café-da-manhã com calma
e em seguida fizemos o ckeck-out no hotel. Apesar do tamanho das
nossas bagagens decidimos ir de metrô até a estação St Pancras,
pois dali mesmo partiria nosso trem para Paris.
Eu não me lembro muito bem porquê,
mas apesar de voltarmos pela mesma estação pela qual chegamos, foi
muito mais difícil carregar as malas (talvez por causa das compras
na Primark) e pra piorar a situação tinha umas escadarias para
chegar até o ponto em que pegaríamos o metrô. Nessa hora, vendo o
nosso sufoco, um homem se aproximou de nós. Ele era brasileiro,
morava em Londres e percebeu suas compatriotas em apuros e resolveu
ajudar. Conseguimos chegar sem maiores percalços em St. Pancras.
Devolvemos nosso Oyster Card e recebemos cinco libras de reembolso
pela entrega do cartão. Fomos para o setor de embarque internacional
aguardar o horário do nosso trem.
Partimos pontualmente e ao embarcar
não tivemos grandes surpresas. É um trem normal, com alguns
adicionais que acho normal para um trem de viagem como compartimento
de bagagens, banheiro e lanchonete.
Passados alguns minutos já estávamos
dentro do túnel e como o trem é rápido e silencioso eu logo caí
no sono. Quando acordei o túnel já tinha acabado, do lado de fora
caía uma chuva fina e pela janela eu vi uma cidadezinha. Estávamos
na França.
Alguns quilômetros depois chegamos na
estação Gare du Nord. Foi interessante perceber logo de cara a
diferença em relação à modernidade da estação em Londres. Pelo
menos no interior do prédio. Essa estação tem uma construção
histórica, com decoração antiga e inclusive o filme “A invenção
de Hugo Cabret” foi inspirado nela. Saímos da estação, que fica
no centro de Paris, e logo em frente tinha um ponto de táxi.
Conseguimos um carro grande onde coube todas as nossas malas. Ficamos
um pouco assustadas com o trânsito, um pouco tumultuado. Nosso
apartamento estava relativamente perto, no bairro do Marais
(descobrimos mais tarde que se pronuncia "marré"). Esperamos um pouco
e no horário marcado a proprietária chegou para nos entregar a
chave.
Tomamos banho, ligamos a TV para
descansar um pouco e inevitavelmente estranhamos o sotaque francês.
Depois fizemos uma comprinha no supermercado para abastecer o
apartamento. Á noite saímos pelas redondezas e encontramos um
restaurante italiano, pra variar. Com o cansaço da viagem decidimos
não arriscar um cardápio francês já que ninguém dominava o
idioma.